O Grêmio lança hoje o começo de muitas história ÉPICAS escritas por alguém da redação. E a primeira não poderia deixar de ser um Western!
INTERNO – Bar Do Joe – DIA
O ano é de 1858, auge da busca de caçadores por
recompensas. Vemos um bar com algumas mesas vazias, um balcão e um barman
chamado: Joe; quando de repente um homem entra, vestido em trajes típicos da
época, puxa uma cadeira e se senta. O nome do homem é um mistério, então vamos
chama-lo de: Cowboy. O barman logo se anima e oferece uma bebida:
Joe (para Cowboy):
- Bem vindo ao bar do Joe. o que acha de uma bebida?
Cowboy (para Joe):
- Só se for a mais forte que você tiver.
Joe coloca um copo em cima do balcão, arranca da
prateleira uma garrafa – sem rótulos, e começa a encher o copo. Nesse momento, entram
três homens vestidos como mariachis, eles carregam uma maleta de violão, os
mariachis se olham, olham para cowboy e se olham de novo; logo um sussurra para
outro, a respeito de Cowboy:
Primeiro Mariachi (para o Terceiro Mariachi):
-É esse?
Terceiro Mariachi (para o Primeiro Mariachi):
-É.
Primeiro Mariachi:
-Vamos esperar.
Os três mariachis vão para o fundo do bar enquanto
Joe trás a bebida até a mesa de Cowboy.
Joe (para Cowboy)
-A mais forte que você não vai encontrar nos bares
dessa região. Exclusiva da casa.
Cowboy (para Joe):
-Que assim seja.
Joe:
-Se aguentar tomar essa dose, eu trago mais.
(para os mariachis)
- Bem vindos ao bar do Joe. O que vão querer?
Segundo Mariachi (para Joe):
- Nada, ainda. Por acaso podemos tocar música?
Joe (Para o Segundo Mariachi):
-Só se cantarem junto.
Os mariachis começam a tocar o violão, Cowboy
começa a beber e Joe volta para trás do balcão. De repente um homem, bonito e
elegante, entra; seu nome é: Apollo.
Joe (para Apollo):
-Bem vindo ao bar do Joe. O que vai beber?
Apollo (para Joe):
-Uma caneca de chope.
Apollo olha a sua volta, todas as mesas estão
vazias, mas ele se concentra na mesa em que Cowboy está sentado.
Apollo (para cowboy):
-Olá, vaqueiro.
Cowboy (para Apollo):
-Olá, qualquer coisa...
Apollo (sendo sarcástico):
-Todas as mesas estão cheias, será que eu posso me
sentar aqui?
Cowboy:
-Tendo em vista que todas as mesas estão cheias: sim.
Apollo puxa uma cadeira e se senta a mesa junto a Cowboy. Joe trás o chope para Apollo, que bebe metade da caneca em um só gole. A
música dos mariachis ainda toca ao fundo. Joe volta para trás do balcão.
Apollo (para Cowboy):
-Que calor esse lugar. Não sei o que faria sem um bom
e velho chope... (risos).
Cowboy (para Apollo):
-Primeira vez aqui?
Apollo:
-Sim, mas eu não pretendo ficar. Só vim pegar uma “coisinha”
e já vou voltar.
Cowboy:
-Que “coisinha”?
Apollo:
-Uma recompensa. É o que eu faço da vida: caço
recompensas.
Cowboy discretamente, por debaixo da mesa, puxa o “cão”
de sua pistola; seu olhar fica sério, já Apollo continua calmo.
Cowboy:
-Nunca imaginei que seria uma pessoa como você.
Apollo:
-Engraçado, porque vai ser exatamente eu.
Cowboy:
-Seu rosto não é estranho.
Apollo:
-Você deve ter vindo da capital. Eu atuei em
algumas peças por lá. Deve ter assistido alguma.
Cowboy:
-Talvez. Em quais atuou?
Apollo:
-Meu primeiro papel foi em “Pagamos Ouro Por
Tequila”, em que eu vivia um personagem de um bando que roubava Tequila; meu
segundo papel foi em “Caçando Dólares”, nesse eu era um caçador atrás de uma
recompensa; e meu último espetáculo foi em “A Vingança dos Dólares”, uma
sequencia direta do meu segundo papel, em que uma recompensa- no caso era uma
mulher, se vingava do caçador- no caso era eu.
Cowboy:
-Por que desistiu de atuar e começou a matar?
Apollo:
-Quando eu lia os roteiros dos meus últimos
personagens, eles sempre estavam caçando pessoas que valiam três mil dólares pra
mais. Ai eu pensei: ”eu dou um duro, decoro falas e represento na frente de
centenas de pessoas por duzentos dólares.” Ai, eu larguei tudo e cá estamos.
Cowboy:
-Sou sua primeira recompensa?
Apollo:
-Não, mas é a minha mais valiosa.
Cowboy:
-Quanto eu to valendo?
Apollo:
-Por assassinato e roubo, você tá valendo sete mil.
Cowboy:
-Bom dinheiro, mas aqueles mexicanos, lá nos fundos,
chegaram primeiro e vai precisar conversar com eles. Acho que eu sou o motivo da visita deles nesse bar.
Apollo olha para os fundos do bar e vê os três
mariachis sentados no chão; um dos mariachis toca o violão, o outro está
recostado na maleta do violão e o terceiro está recarregando uma pistola. O Terceiro Mariachi se levanta vai até a mesa onde está Apollo e Cowboy. O som do violão continua ao fundo.
Terceiro Mariachi (para Apollo):
-Não cara. Essa recompensa é nossa!
Apollo (para o Terceiro Mariachi):
-Está vestido como um mexicano, mas não fala igual
a um.
Terceiro Mariachi:
-É. No nosso último trabalho precisamos mudar de
roupa, era o que tinha pra gente. Gostou?
Apollo:
-Então não é um verdadeiro mexicano! E se julgar
pela forma com que seus parceiros estão eu aposto, essa recompensa, que você é o
único armado. Acho que eu vou ficar com essa recompensa aqui, não é?
O Terceiro Mariachi pressiona sua pistola contra o
rosto de Apollo.
Terceiro Mariachi:
-Só preciso de uma arma pra levar essa recompensa.
Apollo saca sua pistola e aponta para o Terceiro
Mariachi; Cowboy observa a cena dando risada.
Cowboy (para si mesmo):
-Isso vai ser legal!
Quando um dos dois se prepara para atirar, se ouve
um barulho vindo do balcão. Ambos olham e veem Joe segurando uma pistola.
Joe (para todos):
-Se ele vale sete mil, eu vou ficar com ele.
Cowboy (para si mesmo):
-Interessante.
A musica do violão continua tocando. O clima sobe
no bar, O Terceiro Mariachi aponta para Apollo; Apollo aponta para Joe; Joe
aponta para o Terceiro Mariachi; e assim os três ficam. Cowboy se empolga ao
ver a cena.
Joe (para todos):
-Eu tenho uma ideia. Agente vai se matar e no final
essa recompensa vai sair viva. Matamos ele e brigamos pelo cadáver.
Apollo (para todos):
-Não. Morto ele vale sete mil, vivo ele vale doze
mil.
Cowboy (para si mesmo):
-Essa eu não sabia.
Terceiro Mariachi (para Apollo):
-Eu concordo, o Joe concorda, dois é mais que um.
Joe (para Apollo):
-Certo, matamos ele!
Cowboy percebe que vai morrer.
Cowboy (para si mesmo):
-Bom, se é assim..,
Cowboy sem perder tempo saca sua pistola, já engatilhada,
e dispara uma bala contra cada um dos homens, que caem no chão na hora. O som
do violão para; Cowboy se inclina para o lado para ver se Apollo está morto,
Apollo se mexe no chão por uns segundos, mas logo morre deitado no meio do
salão; Cowboy olha para o Terceiro Mariachi que já está morto; Cowboy sobe no
balcão para conferir o estado de Joe, que ainda está vivo e tentando se levantar.
Cowboy (para Joe):
-Aqui está o dinheiro da bebida.
Cowboy joga uma moeda em cima de Joe, que pega a
mesma e tenta jogar de volta, mas enquanto a moeda voa na direção de Cowboy, o
mesmo atira através da dela e mata Joe. Os outros dois mariachis estão nos
fundos do bar encolhidos de medo.
Segundo Mariachi (para Cowboy):
-Nós não temos armas e nem balas.
(completamente apavorado)
-Se deixar agente ir, nunca mais vai ver nenhum dos
dois.
Cowboy (para os mariachis):
-Estão vestidos como mexicanos e não são mexicanos,
vem matar um homem e não trazem balas. Notasse que vocês não são confiáveis.
Cowboy atira contra os dois mariachis que caem no
chão já sem vida. Cowboy, percebendo a veracidade dos atentados que acabou de
cometer, sai do bar.
EXTERNO – Rua – DIA
Cowboy se afasta, com presa, do Bar do Joe. Ele anda
rumo a seu cavalo, mas no caminho um homem, que está encostado em uma loja de
armas, chama sua atenção; o nome do homem é: Harper.
Harper (para Cowboy):
-Você matou todos que estavam no bar?
Cowboy (para Harper):
-Como disse?
Harper (repetindo):
- Você matou todos que estavam no bar?
Cowboy:
-Sim. Era parceiro de algum?
Harper acende seu cachimbo e começa a fumar.
Harper:
-Eu era irmão do mariachi que toca violão.
Cowboy percebe a seriedade da situação e coloca sua
mão na pistola que está no seu coldre.
Harper:
-Não se preocupe. Não quero nenhum tipo de vingança...
Cowboy acha que está tudo bem e segue seu caminho,
mas de repente um tiro acerta se sinto e o coldre, com a arma, cai no chão.
Cowboy se assusta e olha diretamente para Harper que esta segurando uma pistola
em sua direção.
Cowboy:
-Você disse que não queria nenhum tipo de vingança!
Harper:
-Não quero nenhum tipo de vingança! Quero a recompensa.
Harper dispara no coração de Cowboy que cai no meio
da rua morto. Harper da uma tragada em seu cachimbo e pensa no que acabou de fazer.
Harper (para si mesmo):
-Vivo era doze mil... Droga!
THE END
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