domingo, 15 de maio de 2016

A Recompensa e 3 Mariachis - Histórias.

O Grêmio lança hoje o começo de muitas história ÉPICAS escritas por alguém da redação. E a primeira não poderia deixar de ser um Western! 




INTERNO – Bar Do Joe – DIA


O ano é de 1858, auge da busca de caçadores por recompensas. Vemos um bar com algumas mesas vazias, um balcão e um barman chamado: Joe; quando de repente um homem entra, vestido em trajes típicos da época, puxa uma cadeira e se senta. O nome do homem é um mistério, então vamos chama-lo de: Cowboy. O barman logo se anima e oferece uma bebida:


Joe (para Cowboy):
- Bem vindo ao bar do Joe. o que acha de uma bebida?


Cowboy (para Joe):

- Só se for a mais forte que você tiver.


Joe coloca um copo em cima do balcão, arranca da prateleira uma garrafa – sem rótulos, e começa a encher o copo. Nesse momento, entram três homens vestidos como mariachis, eles carregam uma maleta de violão, os mariachis se olham, olham para cowboy e se olham de novo; logo um sussurra para outro, a respeito de Cowboy:


Primeiro Mariachi (para o Terceiro Mariachi):
-É esse?


Terceiro Mariachi (para o Primeiro Mariachi):
-É.


Primeiro Mariachi:
-Vamos esperar.


Os três mariachis vão para o fundo do bar enquanto Joe trás a bebida até a mesa de Cowboy.


Joe (para Cowboy)

-A mais forte que você não vai encontrar nos bares dessa região. Exclusiva da casa.


Cowboy (para Joe):
-Que assim seja.


Joe:

-Se aguentar tomar essa dose, eu trago mais.
(para os mariachis)
- Bem vindos ao bar do Joe. O que vão querer?


 Segundo Mariachi (para Joe):
- Nada, ainda. Por acaso podemos tocar música?


Joe (Para o Segundo Mariachi):
 -Só se cantarem junto.


Os mariachis começam a tocar o violão, Cowboy começa a beber e Joe volta para trás do balcão. De repente um homem, bonito e elegante, entra; seu nome é: Apollo.


Joe (para Apollo):
-Bem vindo ao bar do Joe. O que vai beber?


Apollo (para Joe):
-Uma caneca de chope.


Apollo olha a sua volta, todas as mesas estão vazias, mas ele se concentra na mesa em que Cowboy está sentado.


Apollo (para cowboy):
-Olá, vaqueiro.


Cowboy (para Apollo):
-Olá, qualquer coisa...


Apollo (sendo sarcástico):
-Todas as mesas estão cheias, será que eu posso me sentar aqui?


Cowboy:

 -Tendo em vista que todas as mesas estão cheias: sim.


Apollo puxa uma cadeira e se senta a mesa junto a Cowboy. Joe trás o chope para Apollo, que bebe metade da caneca em um só gole. A música dos mariachis ainda toca ao fundo. Joe volta para trás do balcão.


Apollo (para Cowboy):
-Que calor esse lugar. Não sei o que faria sem um bom e velho chope... (risos).


Cowboy (para Apollo):
-Primeira vez aqui?

 
Apollo:
-Sim, mas eu não pretendo ficar. Só vim pegar uma “coisinha” e já vou voltar.


Cowboy:
-Que “coisinha”?


Apollo:
-Uma recompensa. É o que eu faço da vida: caço recompensas.


Cowboy discretamente, por debaixo da mesa, puxa o “cão” de sua pistola; seu olhar fica sério, já Apollo continua calmo.


Cowboy:
-Nunca imaginei que seria uma pessoa como você.


Apollo:
-Engraçado, porque vai ser exatamente eu.


Cowboy:
-Seu rosto não é estranho.


Apollo:
-Você deve ter vindo da capital. Eu atuei em algumas peças por lá. Deve ter assistido alguma.


Cowboy:
-Talvez. Em quais atuou?


Apollo:

-Meu primeiro papel foi em “Pagamos Ouro Por Tequila”, em que eu vivia um personagem de um bando que roubava Tequila; meu segundo papel foi em “Caçando Dólares”, nesse eu era um caçador atrás de uma recompensa; e meu último espetáculo foi em “A Vingança dos Dólares”, uma sequencia direta do meu segundo papel, em que uma recompensa- no caso era uma mulher, se vingava do caçador- no caso era eu.


Cowboy:
-Por que desistiu de atuar e começou a matar?


Apollo:

-Quando eu lia os roteiros dos meus últimos personagens, eles sempre estavam caçando pessoas que valiam três mil dólares pra mais. Ai eu pensei: ”eu dou um duro, decoro falas e represento na frente de centenas de pessoas por duzentos dólares.” Ai, eu larguei tudo e cá estamos.


Cowboy:
-Sou sua primeira recompensa?


Apollo:
-Não, mas é a minha mais valiosa.


Cowboy:
-Quanto eu to valendo?


Apollo:

-Por assassinato e roubo, você tá valendo sete mil.


Cowboy:

-Bom dinheiro, mas aqueles mexicanos, lá nos fundos, chegaram primeiro e vai precisar conversar com eles. Acho que eu sou o motivo da visita deles nesse bar.


Apollo olha para os fundos do bar e vê os três mariachis sentados no chão; um dos mariachis toca o violão, o outro está recostado na maleta do violão e o terceiro está recarregando uma pistola. O Terceiro Mariachi se levanta vai até a mesa onde está Apollo e Cowboy. O som do violão continua ao fundo.


Terceiro Mariachi (para Apollo):
-Não cara. Essa recompensa é nossa!


Apollo (para o Terceiro Mariachi):
-Está vestido como um mexicano, mas não fala igual a um.


Terceiro Mariachi:
-É. No nosso último trabalho precisamos mudar de roupa, era o que tinha pra gente. Gostou?


Apollo:
-Então não é um verdadeiro mexicano! E se julgar pela forma com que seus parceiros estão eu aposto, essa recompensa, que você é o único armado. Acho que eu vou ficar com essa recompensa aqui, não é?


O Terceiro Mariachi pressiona sua pistola contra o rosto de Apollo.


Terceiro Mariachi:
-Só preciso de uma arma pra levar essa recompensa.


Apollo saca sua pistola e aponta para o Terceiro Mariachi; Cowboy observa a cena dando risada.


Cowboy (para si mesmo):
-Isso vai ser legal!


Quando um dos dois se prepara para atirar, se ouve um barulho vindo do balcão. Ambos olham e veem Joe segurando uma pistola.


Joe (para todos):
-Se ele vale sete mil, eu vou ficar com ele.


Cowboy (para si mesmo):
-Interessante.


A musica do violão continua tocando. O clima sobe no bar, O Terceiro Mariachi aponta para Apollo; Apollo aponta para Joe; Joe aponta para o Terceiro Mariachi; e assim os três ficam. Cowboy se empolga ao ver a cena.


Joe (para todos):
 -Eu tenho uma ideia. Agente vai se matar e no final essa recompensa vai sair viva. Matamos ele e brigamos pelo cadáver.


Apollo (para todos):
-Não. Morto ele vale sete mil, vivo ele vale doze mil.


Cowboy (para si mesmo):
-Essa eu não sabia.


Terceiro Mariachi (para Apollo):
-Eu concordo, o Joe concorda, dois é mais que um.


Joe (para Apollo):
-Certo, matamos ele!


Cowboy percebe que vai morrer.


Cowboy (para si mesmo):
-Bom, se é assim..,


Cowboy sem perder tempo saca sua pistola, já engatilhada, e dispara uma bala contra cada um dos homens, que caem no chão na hora. O som do violão para; Cowboy se inclina para o lado para ver se Apollo está morto, Apollo se mexe no chão por uns segundos, mas logo morre deitado no meio do salão; Cowboy olha para o Terceiro Mariachi que já está morto; Cowboy sobe no balcão para conferir o estado de Joe, que ainda está vivo e tentando se levantar.


Cowboy (para Joe):
-Aqui está o dinheiro da bebida.


Cowboy joga uma moeda em cima de Joe, que pega a mesma e tenta jogar de volta, mas enquanto a moeda voa na direção de Cowboy, o mesmo atira através da dela e mata Joe. Os outros dois mariachis estão nos fundos do bar encolhidos de medo.


Segundo Mariachi (para Cowboy):
-Nós não temos armas e nem balas.
(completamente apavorado)
-Se deixar agente ir, nunca mais vai ver nenhum dos dois.


  Cowboy (para os mariachis):
-Estão vestidos como mexicanos e não são mexicanos, vem matar um homem e não trazem balas. Notasse que vocês não são confiáveis.


Cowboy atira contra os dois mariachis que caem no chão já sem vida. Cowboy, percebendo a veracidade dos atentados que acabou de cometer, sai do bar.



EXTERNO – Rua – DIA



Cowboy se afasta, com presa, do Bar do Joe. Ele anda rumo a seu cavalo, mas no caminho um homem, que está encostado em uma loja de armas, chama sua atenção; o nome do homem é: Harper.


Harper (para Cowboy):
-Você matou todos que estavam no bar?


Cowboy (para Harper):
-Como disse?


Harper (repetindo):
- Você matou todos que estavam no bar?


Cowboy:
-Sim. Era parceiro de algum?


Harper acende seu cachimbo e começa a fumar.


Harper:
-Eu era irmão do mariachi que toca violão.


Cowboy percebe a seriedade da situação e coloca sua mão na pistola que está no seu coldre.


Harper:
-Não se preocupe. Não quero nenhum tipo de vingança... 


Cowboy acha que está tudo bem e segue seu caminho, mas de repente um tiro acerta se sinto e o coldre, com a arma, cai no chão. Cowboy se assusta e olha diretamente para Harper que esta segurando uma pistola em sua direção.


Cowboy:
-Você disse que não queria nenhum tipo de vingança!


Harper:
-Não quero nenhum tipo de vingança! Quero a recompensa.


Harper dispara no coração de Cowboy que cai no meio da rua morto. Harper da uma tragada em seu cachimbo e pensa no que acabou de fazer.


Harper (para si mesmo):
-Vivo era doze mil... Droga!



THE END



Gostaram dessa história? Querem mais? Digam nos comentários. 

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