sábado, 24 de setembro de 2016

A Trilha do Branco - Histórias - (+16)

A trilha 
Do BRANCO


Roteiro
Gabriel André



EXT – Rua – Dia
Um dia de muito sol, vemos um plano aberto com casas, prédios e tudo mais que uma linda cidade pode proporcionar. Nesse momento é de se esperar que uma linda família entre em cena; Porém, a câmera roda em volta de uma Palio Ex, verde, as calotas da frente estão um pouco sujas de algo vermelho, a câmera roda mais um pouco e vemos que existe um corpo deitado frente ao carro, não vemos o corpo em nenhum momento, mas sabemos que o mesmo foi atropelado; Mais um giro da câmera e paramos em uma visão da porta do motorista, uns segundos no mesmo plano, e a porta se abre. Revelando um homem, suas mãos estão enfaixadas sugerindo um corte nas palmas, ele fica de frente para câmera, sua expressão é estranha, um misto de desespero com adrenalina. Ele coloca um palito de dente na boca, como os pilotos de filmes clássicos fazem. E é assim que vamos chama-lo: Piloto, pelo menos até seu nome ser descoberto. Ele coloca as mãos no rosto, e diz o que quer tanto falar:

Piloto (para si mesmo):
-Eu to “fudido”!

Ele se recosta no banco, como se esperasse algo. E o plano termina sem sabermos o que realmente se passa.

Corte-

INT – Sala de interrogatório.
Um plano aberto, vemos o Piloto sentado de frente para um homem que lê uma pasta, entre os personagens existe uma mesa. Piloto está algemado, e veste roupas simples, enquanto o homem, frente a ele, está bem trajado. A câmera foca nas mãos do homem bem vestido, e vemos um anel que deve custar tão caro quanto uma casa. O homem não para de ler a tal pasta, sua atenção está totalmente focada no conteúdo da pasta. Como o nome do tal homem é um mistério vamos chama-lo de: Mocinho.

Mocinho (para o Piloto):
(lendo)
-... Aqui diz que você já correu em campeonatos da Ferrari...

Piloto (para o Mocinho):
-Por um tempo foi meu trabalho.

Mocinho (lendo):
-Também consta que você ganhou cinco campeonatos.

Piloto:
-E levei uma medalha, de ouro, por cada campeonato.

Mocinho (lendo):
-E ainda tem mais, você ganho cinco e correu seis!

Piloto:
-Isso...

Mocinho:
-Por que não as seis?

Piloto:
-A sexta foi comprada, e eu fiz minha parte e perdi a corrida. Se não, eu tinha ganhado as seis.

Mocinho (lendo):
-Bom saber disso. Aqui diz que você cuidava dos automóveis de Frederick Bon Villa.

Piloto:
-Isso.

Mocinho:
-Quem é Frederick Bon Villa?

Piloto:
-Um colecionador de carros. Eu o conheci na sexta corrida.

Mocinho:
-O que ele fazia lá?

Piloto:
-Bom, foi ele quem comprou a corrida e também havia comprado um carro.

Mocinho:
-Que carro?

Piloto:
-O modelo exato?

Mocinho:
-Por favor...

Piloto:
-Era... uma Ferrari 250 Califórnia Spyder.

Mocinho:
-Ele comprou um caro e a corrida? E depois contratou você?

Piloto:
-Além de piloto eu sou mecânico, e ele me contratou especialmente para lavar e encerar carros.

Mocinho:
-Que carros?

Piloto:
-Na época ele tinha uma coleção com dezoito carros, aonde treze eram clássicos e cinco eram exclusivos.

Mocinho:
-Mas você disse que é mecânico e piloto. Encerar e lavar?

Piloto:
-Ele deixava os carros nas mãos de mecânicos mais capacitados.

Mocinho:
-Mais capacitados? Quem seriam esses “mais capacitados”?

Piloto:
-Alemãs, franceses, pessoas que ele julgava serem pioneiras em automóveis.

Mocinho vira uma página da pasta que ele lia, seus olhos correm pelas folhas buscando uma informação especifica.

Mocinho:
-Fez exames médicos?

Piloto:
-Sim, página oito.

Mocinho desliza as folhas até chegar à página oito, aonde ele encontra o que procurava.
Mocinho (lendo):
-Aqui consta que é fumante.

Piloto:
-Sim, desde meus quinze anos.

Mocinho retira de seu bolso um maço de cigarros e joga em cima da mesa, logo em seguida ele repete a mesma ação com um isqueiro.

  Mocinho:
-Fique à vontade.

Um close-up no maço de cigarros.
Piloto pega o maço e arranca um cigarro, risca o isqueiro que parece um lança chamas e incendeia o pequeno fumo.

Mocinho (lendo):
-Aqui diz que você tem uma cicatriz na região da costela.

Temos um plano de Piloto rodeado de uma fumaça, não vemos o cigarro, mas insinuamos que a fumaça pertence ao fumo.

Piloto:
-Ganhei em uma batida de carro.

Mocinho (lendo):
-Você tem um problema no joelho esquerdo.

Piloto:
-Se os exames dizem...

Mocinho:
-E isso atrapalha na hora de dirigir?

Piloto:
-Não.

Mocinho:
-Certeza? Não quero descobrir no meio da corrida que seu joelho dói.

Piloto (repetindo):
-“No meio da corrida?”.

Mocinho (lendo):
-Os exames mostram um alto teor alcoólico no seu sangue. Imagino que bebe.

Piloto:
-É eu bebo.

Mocinho:
-Uísque?

Piloto:
-É eu bebo uísque!

Mocinho fecha a pasta, e a coloca de canto, puxa uma garrafa, a cor do conteúdo lembra uísque, junto ele puxa dois copos e um balde com gelo. Ele arranca de seu bolso um pequeno molho de chaves, que ele joga em cima da mesa.
Close-up no molho de chaves.

Mocinho:
-O que leva um piloto, mecânico e campeão da Ferrari, matar um homem? Eu tenho certeza de que não sei. Mas eu sei que um homem prestes a ser condenado por homicídio culposo seria capaz de matar.

Mocinho se levanta, pega o molho de chaves e vai até Piloto, ele abre as algemas e as deixa de canto na mesa. Piloto esfrega seus pulsos, e joga o cigarro no chão.
Close-up no cigarro caindo no chão.
Close-up nas algemas na mesa.
Mocinho volta a se sentar à mesa, ele acena para a bebida, arrasta o copo até Piloto.
Mocinho:
-Sirva-se.

Piloto lota seu copo com pedras de gelo do tamanho de um iceberg, e depois derrama o conteúdo da garrafa como uma cachoeira que ira derreter os enormes icebergs. Ele toma o copo em sua mão, pronto para virar e se deliciar...
Mocinho acena com a mão: ”pare”
Piloto coloca o copo de volta a mesa, Mocinho puxa o copo de volta para o seu lado da mesa.
Mocinho:
-Agora, vamos discutir a possibilidade de você trabalhar pra mim.

Mocinho retira de seu bolso dois pequenos frascos, um com líquido verde e o outro com o líquido vermelho.
Close-up nos frascos.
Mocinho:
-Você disse que alemães e franceses são pioneiros, mas os russos são pioneiros. Em 1965 sob a supervisão de Iúri Andropov, a KGB desenvolveu um sistema para arrancar informações privilegiadas, o sistema consistia na filosofia de que se você não se lembrar, você não vai se importa. Agora esse frasco...

(Mocinho aponta pra o frasco verde)

-...era dado para os patriotas, pois esse frasco dopa você e quando acorda não se lembra de nada, então eles falavam tudo que a KGB queria saber, depois tomavam uma dose, acordavam em algum lugar sem saber o que avia ocorrido, sem delação, sem patriotismos, sem ressentimento. Mas Iúri nunca usou, ele foi afastado da KGB dois anos depois, mas nós encontramos um excelente uso. E agora vai ser assim: você vai beber esse frasco verde, e nós vamos fazer um trato, caso você não queira fazer o trato, você dorme e nunca vai saber que eu estive aqui, mas se quiser fazer um trato você toma o frasco vermelho que anula o efeito do primeiro frasco.

Piloto:
-E se eu me recusar a beber?

Mocinho aponta para a parede.


Mocinho:
-Ali atrás daquela janelinha, existem homens bons, homens capacitados e existe também uma secretaria gostosa. O problema é que esses homens estão devidamente armados, se ouvir me proposta e se recusar a participar, aqueles homens vão acreditar em mim quando eu disser que você arrebentou as algemas e tentou me matar. Nada pessoal, é que tenho uma incrível relação com a verdade.

Mocinho despeja o líquido verde no copo de uísque, e arrasta o mesmo até Piloto.
Piloto:
-Parece que eu fique em desvantagem.

Piloto entorna o copo deixando todas as possibilidades abertas para um possível trato.
Mocinho:
-E agora temos um tempinho antes de você apagar em cima dessa mesa, saúde.

Mocinho também começa a beber.

Mocinho:
-Eu fiquei curioso, mas quero ouvir de você. Qual o nome do corpo que estava deitado frente ao seu carro.

Piloto:
-Frederick Bon Villa.

Mocinho:
-Imaginei. Por que matar um homem que te deu um emprego?
  
Piloto:
-Você sabe quanto custa a Ferrari que ele comprou? Sabe quanto os mecânicos alemães e os mecânicos franceses custam? Caro para “caralho”. Então ele faliu, vendeu todos os carros e eu comprei um, mas ele nunca me entregou, e se recusou a devolver o meu dinheiro; Desgraçado, aposto que se arrependeu quando eu estava passando por cima do crânio dele.

Mocinho:
-Que carro você comprou?

Piloto:
-Uma Maverick preta.

Mocinho retira de seu bolso uma caderneta e uma caneta, ele abre a caderneta e começa a escrever.
Mocinho:
-Só para registro, você realmente queria matar ele ou era a adrenalina.

Piloto:
-Eu queria.

Mocinho:
-Mas tem ataques de adrenalina?

Piloto:
-Eu sou um piloto! Quem escolhe uma profissão dessas sem ter uma tremenda relação com a adrenalina?

Mocinho escreve.
Mocinho:
-Nome completo.

Piloto:
-Oliver Rodrigues.
Mocinho escreve.
Mocinho:
-Familiares?

Oliver:
-Só um irmão, mas ele mora longe.
Mocinho escreve.
Mocinho:
-Isso é tudo.

Mocinho fecha a caderneta.
 Mocinho:
-Oliver me chama de Alejandro, e antes que pense que descobriu meu nome, não, Alejandro não é meu nome.

Oliver:
-Eu realmente precisava saber?

Alejandro:
-O que você me diria sobre um homem que rouba sua própria empresa, só para abrir uma pista de corrida?

Oliver:
-Eu faria isso.

Alejandro:
-Trair seus sócios, só para abrir uma pista de corrida?

Oliver:
-Que pista? Eu conheço?

Alejandro:
-Acho que sim. Já ouviu falar da “Trilha do Branco”.

Oliver:
-A “Trilha do Branco”? A famosa pista de corrida “Trilha do Branco”?

Alejandro:
-A própria piloto. Sabe quem a construiu?

Oliver:
-Sei, foi Andreas Charles Branco.

Alejandro:
-E quem é Andreas Charles Branco?

 Oliver:
-Dono das fábricas de pneus mais famosas da cidade.

Alejandro:
-Que roubou a empresa de pneus e fundou a tal pista com o dinheiro. Bom, eu quero que você mate ele.

Oliver:
-(Risos)... Claro e quem sabe depois não dobrem minha sentença.

Alejandro:
-Se você concordar em mata-lo, não ira nem a julgamento.

Oliver:
-Diga-me como...

Alejandro:
-Se concordar em trabalhar para mim, eu lhe dou o frasco vermelho, logo em seguida dou um jeitinho e você “morre”, e depois de tudo isso você mata ele.

 Oliver:
-E você limpa minha ficha... que mais?

Alejandro:
-Uma pequena maleta com cem mil dólares americanos.

Oliver:
-E quando eu der um tiro nele, não vão atrás de mim?

Alejandro:
-Um tiro? Não, você é um piloto e vai matar ele assim: numa batida de carro!

Oliver:
-Como?

Alejandro:
-Se concordar com o acordo, esse fim de semana a verá uma corrida na “Trilha do Branco”, aonde Marcos Cruz, corredor mexicano natural de Guadalajara, irá correr.

Oliver:
-Marcos Cruz seria eu?

Alejandro:
-Talvez, e talvez no meio da corrida um acidente ocorra e talvez Andreas morra.

Oliver:
-Um acidente de caro? E eu morro junto!

Alejandro:
-Não, seu carro totalmente equipado estará pronto para garantir sua segurança.

Oliver:
-Eu faço com duzentos mil.

Alejandro:
-Não.
Oliver:
-Então não faço!

Alejandro:
-E vai preso. Comigo você vai mais ganhar do que perder.

Oliver:
-Prove.

Alejandro:
-Além de cem mil, você se livra de anos na cadeia, ganha um super carro, e mata um homem, no meio de uma corrida em alta velocidade e com um super impacto... “oui” eu até sinto... Qual é o nome mesmo?

Oliver começa a tremar na cadeira, seus dentes rangem, ele está pronto para qualquer coisa que possa acontecer, um misto de demônio com fúria. E ele completa a frase que Alejandro não conseguiu.

Oliver:
-Adrenalina!

Alejandro:
-Isso.

Oliver:
-Que carro?

Alejandro:
-Um Opala V8, reforçado e equipado para suportar uma batida, como a do nível que você está prestes a se meter.

Oliver:
-Opala?

Alejandro:
-Sim! Interessante não é?

Oliver:
-Deixa ver se eu entendi, eu num Opala super-reforçado e super veloz, numa corrida, eu bato com um super impacto contra Andreas Charles Branco? Ninguém vai suspeitar?

 Alejandro:
-Tem razão, um piloto morrendo numa corrida, o que eu tava pensando? É melhor dar um tiro!

Oliver:
-Eu faço o papel de piloto, sem suspeitas ou qualquer perigo ai eu ganho cem mil dólares americanos e liberdade?

Alejandro:
-E o que sobrar do Opala.

Oliver não pensa muito e logo estende sua mão para firmar um acordo com Alejandro, que nem se mexe.

Alejandro:
-Mas antes preciso de uma coisa para te certeza de que posso confiar em você.

Oliver abaixa a mão.
Oliver:
-O que?

Alejandro se levanta e vai até um canto da sala, onde está uma pequena bolsa de couro, ele volta a se senta, abre a bolsa e retira uma lamina de barbear, um rolo de esparadrapos e um copo descartável.

Alejandro:
-Marcos Cruz, arranque suas digitais de Oliver Rodrigues.

Oliver se concentra pega a lamina e encosta no seu dedo.
Close-up na lamina.
A câmera corta para o rosto de Oliver, que esbanja uma aparência de dor, seu ombro treme insinuando que ele cortou sua digital.
Close-up em uma gota de sangue caindo.
Close-up no rosto de Oliver.
Close-up em uma gota de sangue caindo.
Close-up no rosto de Oliver.
Close-up em uma gota de sangue caindo.
Close-up no rosto de Oliver.
Close-up em uma gota de sangue caindo.
Close-up no rosto de Oliver.
Close-up em uma gota de sangue caindo.
Close-up no rosto de Oliver.
Oliver pega as raspas de seus dedos e joga no copo descartável, Alejandro pega o copo olha no fundo.
Alejandro:
-1-2-3-4-5-6-7-8-9-10... Ótimo!

Oliver, com os dedos sangrando, pega o rolo de esparadrapo e começa a fazer curativos em seus dedos ensanguentados. Agora com seus dedos enrolados em esparadrapos ele passa a mão em seu rosto, enquanto isso Alejandro guarda a lamina e o copo, com pedaços dos dedos de Oliver, em sua bolsa; Ele então arrasta o frasco com o líquido vermelho até Oliver.

Alejandro:
-Eu tomaria isso rápido.

Oliver entorna o pequeno frasco mais rápido que em um piscar.

Oliver (com raiva):
-Vai se “fuder”, eu to todo sangrando por sua causa... “caralho”...

Alejandro:
-Não por minha causa, por causa do meu chefe!

Oliver:
-E o que “porra” é o seu chefe?

 Alejandro:
-Se ele quisesse que você soube-se, ele estaria aqui, e não eu.

Oliver:
-“porra”... Por que eu?

Alejandro:
-Porque você é o desesperado, quando eu estiver pra ser preso e precisar de dinheiro, eu mato o cara. Mas hoje é você quem precisa, então cala a “merda” da boca, e agradeça. Tem gente fazendo muito pior por menos.

Oliver:
-E agora, estou morto?

Alejandro:
-Tecnicamente: sim, Marcos cruz! Como é a sensação de morrer?

Oliver:
-É como uma enorme dor nos seus dedos.

Alejandro:
-Sabe, é como naquele filme: ”México Errou”, em que o protagonista, Don Dean, da à volta pelo México e matar cinco pessoas selecionadas, ele criava acidentes e assim nunca era culpado, mas no final a vitima sobrevive e ele morre. O mais impressionante é que ele nunca se incomodou em conhecer as vitimas, e deveria, pois a quinta vitima era uma pilota do exercito, e o carro que ela dirigia era blindado.   

Oliver:
-Quer que eu conheça Andreas antes de mata-lo?

Alejandro:
-Quero que quando você estiver dentro daquele Opala V8 turbinado, eu quero que você acelere passando na frente do carro “merda” de Andreas Charles e eu quero que você vire contra ele e acelere mais, entendeu?

Oliver:
-Perfeitamente. Só uma pergunta: quando eu vou ver o carro?

Corte –

A tela fica preta, e um narrador anuncia o resultado da corrida:

Narrador (off):
-É inacreditável, o jeito que aquele Opala atravessou o Dodger, foi à batida mais brutal que eu já vi! O teto do Opala está no meio da pista e as calotas do Dodger estão rolando por ai... Sinceramente eu não acredito no que acabei de ver. Sério foi de longe um movimento espetacular o do opala durante a colisão, é coisa de profissional. E a respeito da situação de cada piloto nada foi revelado, mas qualquer coisa além da morte é um grande milagre!
  
EXT – Gramado – dia

A câmera esta no chão virada pra cima, simbolizando uma visão de alguma pessoa.
Visão:
Alejandro e mais um homem que não apareceu antes, eles olha diretamente para a câmera.
Alejandro:
-Eu jurava que ele ia conseguir.

Homem:
-É, mas o Branco ta mortinho. Você viu o corpo?

Alejandro:
-Não. Como está?

Homem:
-Mais parece que uma tribo de canibais o atacou, sem braço, olho saltado e com as tripas pra fora.

Alejandro:
-E o Opala?

Homem:
-A batida foi tão feia que o teto voou, mas o motor ainda pode servir.

Alejandro:
-Sabe a maleta?

Homem:
-Com os cem mil?

Alejandro:
-É... queime. O dinheiro pertence a ele.

 Homem:
-Eu acho que ele não vai conseguir gastar nenhum centavo.

Alejandro:
-(Risos)... Eu também acho que não.

Homem:
-Mato ele?

Alejandro:
-Um tiro faria muito barulho. Rasga ele e fala que foi da batida.

O homem desconhecido tira do bolso seu canivete, se ajoelha e percebemos que a visão que temos é de Oliver.
Homem:
-No pescoço?

Alejandro:
-No estomago!

Homem:
-Uma facada no estomago? Vai demorar pra morrer!

Alejandro coloca na boca um palito de dentes.

Alejandro:
-Eu não disse que estava com presa.

Homem:
-Uma facada no estomago?

Alejandro:
-Bem funda e brutal, mas sem perder a ternura!

Homem:
-(Risos)...

O homem aproxima a faca e então a visão se fecha deixando o resto na imaginação.

THE END...

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