sexta-feira, 8 de julho de 2016

Porta dos Fundos : Contrato Vitalício - Análise.

Venha descobrir o quão ruim é esse filme! (COM SPOILERS)


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OBS: Antes de qualquer coisa, o Grêmio não vai fazer uma crítica e sim uma análise. A diferença é que não vamos expressar a nossa opinião e sim vamos discutir alguns momentos do filme e repensar em algumas decisões que o roteiro toma, para então saber se as falhas cobrem os acertos.


- Este post será dividido em pontos de referência.


A HISTÓRIA:

Para você que ainda não assistiu ao filme, a história gira entorno de Miguel (Gregório Duvivier) que é um diretor de cinema que, junto com seu amigo e ator Rodrigo (Fábio Porchat) , ganhou o Festival de Cannes. Logo empolgados ambos assinam um contrato vitalício - do título. Mas na mesma noite que o contrato é assinado Miguel desaparece. 10 anos depois Rodrigo se tornou um ator de sucesso, que só faz filmes ruins, que vai voltar para Cannes; mas ao chegar lá ele reencontra Miguel que conta uma história maluca pela qual ele diz ter passado nos últimos 10 anos em que ele estava sumido. A história em questão é sobre ele ter sido abduzido por alienígenas que vivem em nosso planeta. E como um diretor de cinema ele decide filmar a tal história para avisar e alertar as pessoas do que de fato esta acontecendo, e Rodrigo, contratualmente, é obrigado a fazer esse filme que ele julga como "o filme que vai destruir a minha carreira". 
Essa é basicamente a história.



O SUMIÇO:

Depois de uns 10 minutos de filme, chegamos a cena em que Rodrigo começa a procurar por Miguel. A cena como um todo é bem rápida: Rodrigo acorda e percebe que Miguel não está no quarto; ele vai a recepção a onde ninguém sabe nada sobre Miguel; ele tenta fazer uma ligação, mas Miguel não atende; ele vai para o aeroporto e embarca no Avião, sem o Miguel e assim volta para o Brasil. Tudo isso em menos de 5 minutos. Tudo bem você estar com medo de perder o voo, mas embarca no avião sem o seu amigo já é demais. E usando um raciocino lógico: você acorda e seu amigo sumiu, você com medo de perder o voo vai embora e dane-se seu amigo. E se ele saiu pra tomar um café e foi assassinado, você nunca ia saber pois sua preocupação é voo e não com uma pessoa que DESAPARECEU!




A VOLTA:

Rodrigo 10 anos depois volta a Cannes, mas como jurado. Chegando lá ele é surpreendido com Lorenzo (Marcos Veras) - um repórter de fofoca, que o questiona sobre o sumiço de Miguel. Durante a resposta de Rodrigo: Miguel reaparece no mesmo quarto em que ele avia sumido. O que incomoda nessa cena é a emoção que cada personagem expressa: o repórter não da a mínima, Ulisses (Luis Lobianco) - o empresário do Rodrigo, finge um drama mal feito. Mas o que mais incomoda é o próprio Rodrigo; imagina que seu amigo sumiu e voltou, o que você faria? Bom eu não sei. Mas sabe o que o Rodrigo faz? Da risadas e quer anunciar que seu amigo voltou. Seu amigo sujo, fedendo, imundo e maltrapilho aparece e você recebe ele sem questionar, nem nada. Ai você pensa: "mas é um filme de humor". E eu repondo: "tudo bem, eu concordo. Mas seria muito mais engraçado se o Rodrigo, preocupado com o estado do Miguel, o levasse a um médico, em uma cena que o Miguel surta no hospital e começa a desconfiar de tudo e de todos". Seria um bom modo de resolver o drama da volta do personagem e também esclarecer o lance de que "qualquer um pode ser um Alien". 


NÃO QUERO TE VER:

Logo quando Miguel volta, Fernanda (Thati Lopes) - a namorada do Rodrigo, dá a ideia de que ele fica na casa de Rodrigo, mas notasse que o Rodrigo não que que isso aconteça e já meio despachando seu amigo. Isso atrapalha a concentração no enredo no seguinte pensamento: os dois são grandes amigos, e em algum momento Rodrigo conta que quando Miguel sumiu ele ficou meio perdido, mas quando eles se reencontram dá a parecer que a última pessoa que o Rodrigo quer ver é o Miguel. Isso me tirou do filme em alguns momentos.




A ESCULTURA FÁLICA:

Quando finalmente chegamos a casa do Rodrigo, Miguel o questiona sobre uma escultura. A escultura em questão tem um formato fálico. Rodrigo por outro lado nega; a escultura é nitidamente um objeto fálico e a piada gira em torno do Rodrigo não conseguir perceber isso, mas qualquer pessoa conseguiria notar o sentido da escultura. Rodrigo bate na tecla de que é um formato abstrato da tristeza, quando nitidamente é UM OBJETO FÁLICO... que piada ruim.


O PEIDO:

Sim, o filme tem piada de peido! Logo no começo rola um comentário, mas passa batido. Porém mais pra frente, durante um diálogo sério, rola do personagem Luciano (João Vicente de Castro)- um assistente de direção/mendigo/guerreiro peidar! A atenção é voltada em 100% para o peido e a concentração é zero. Em outro momento acontece da Fernanda contar que tem hora para evacuar! Sério? Por mais fitness, saudável, que a pessoal seja, isso não rola. Eu já vi algo assim em "The Big Bang Theory"




O PROCESSO DE FILMAGEM: 

Miguel recebe uma grana da Paramount Pictures para financiar seu pequeno projeto. Porém em nenhum momento vemos um produtor, ou alguém responsável pelo filme. Fora o fato que para se ganhar uma patrocínio pra um filme você precisa de um roteiro, e adivinha... eles não tem um roteiro. Na verdade o roteiro só aparece lá na frente.


A CADEIA:

Acontece que o personagem do Rodrigo vai preso, e depois de 5 dias Miguel vai soltar ele, com a desculpa de que ele não foi antes porque não sabia. Não existe uma maneira de explicar isso sem suar idiota, então eu vou dar a oportunidade do público sacar o do porque essa desculpa não faz o menor sentido!


O "INVESTIGADOR":

Otalício (Antonio Tabet) faz um investigador que é meio um assassino por encomenda; era pra ser o meu personagem favorito, mas vamos lá... Primeiro: ele não sabe reconhecer um carteiro. E eu não sei como o público gostou dessa piada. Segundo: Ele é contratado, no final, para "investigar" o Miguel, mas acaba amarrado por Luciano e acabou. A participação dele acaba ai... sem final, sem nada, só acaba e você fica sem saber o que aconteceu com ele.




O FINAL:
Alguns arcos dispensam final. Outros necessitam para o melhor "fim". De modo geral o filme brinca com a meta linguagem e não explica se de fato aquilo que aconteceu com o Miguel é verdade, atrai a atenção do público para mostra o quão ridículo é uma pessoa que vive no celular ou outros esteriótipos que o filme mostra. Alguns detalhes ficam confusos, e eu tava meio bravo com isso, mas acontece algo - que eu não vou contar, que me deixou feliz, principalmente porque eu não esperava, e que promete um continuação que pode resolver as pontas soltas... Vamos vê no que isso vai dar.


E você, já assistiu Portal dos Fundos : Contrato Vitalício? Diga nos comentários. 

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